sábado, 20 de outubro de 2012

Defesa com discurso social.


ATENÇÃO : Defesa com discurso social

22/02/2007 18:53:36
prouni
Os quatro integrantes da Comissão de Educação e Cultura (CEC) e ao mesmo tempo donos de faculdades dizem não legislar em causa própria no Congresso. Com a artimanha dos oradores experientes do plenário, defendem-se com discursos sociais dignos de nota 10 caso fossem alunos das próprias universidades que administram. Mas beneficiam-se das vantagens do Prouni para conquistar isenções fiscais e poupar o cofre.

Para Átila Lira (PSDB-PI), ligado à Faculdade Santo Agostinho (Teresina), não tem nada disso de ter facilidade, ser deputado e dono de faculdade, além de pertencer à CEC, onde um projeto de lei apresentado pode ganhar pauta no Congresso e mudar a vida de milhões de estudantes. Segundo ele, é até mais prejudicial.

- Evitamos entrar em contato com o MEC (Ministério da Educação). E, hoje em dia, com o sistema processual deles, tudo é tratado de forma impessoal.

Átila tem currículo invejável na Câmara. É integrante da CEC há 12 anos. É também presidente da Associação Teresinense de Ensino, mantenedora da Faculdade Santo Agostinho, cuja reitora é a irmã.

O deputado diz, no entanto, que hoje o panorama não é o mesmo de meados da década passada, quando houve um boom à procura de diplomas.

Não é o que pensa o colega Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). O dono da Unipac, com mais de 170 campi, 45 mil alunos e que não pára de crescer - 5 mil são atendidos pelo Prouni - beneficia-se com a isenção de impostos. Até o fim do ano o número dos campi deve chegar a 190, sob a tutela da Fundação Presidente Antônio Carlos, criada há 40 anos. As faculdades existem, oficialmente, há apenas seis anos.

- É uma fundação com sentido social. Tenho os cuidados necessários na tomada de decisões na comissão. Não vejo problema em atuar na CEC. Na comissão de agricultura, por exemplo, só temos fazendeiros e industriais. Isso ocorre em qualquer parlamento do mundo - exemplifica o deputado.

A fundação de Andrada está vinculada ao governo do estado de Minas e tem como um dos diretores Paulo Araújo, integrante do Conselho Estadual de Educação. É ele quem cuida da rede e diz não ver conflito de interesses na questão. Ao contrário de Andrada, que se afastou da administração, Clóvis Fecury (PFL-MA) está licenciado da Câmara por motivos particulares e cuida de dois centros universitários, um em São Luís, outro em Brasília. Vai voltar à Câmara em julho, mês em que faculdades aderem ao Prouni. O curso de medicina pode custar até R$ 3 mil mensais. Fecury justifica o investimento no setor como geração de oportunidades:

- A expansão do ensino particular foi benéfica. Geramos mais de 1.700 empregos diretos nas duas universidades.

O discurso de Fecury perde, no entanto, para o colega Murilo Zauith (PFL-MS). O dono da Unigran, em Dourados, lembra ser ele o criador do sistema de cotas para índios nas universidades do estado.

- O Brasil precisa de mais educação. Não aceito essa discriminação de ser particular ou pública.
Fonte: JB on line

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