sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

UFMG está à caça de alunos para o curso de Medicina

Com as aulas a todo o vapor e em pleno setembro, a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), quem diria, ainda está à procura de candidatos para ocupar 174 vagas. A maior instituição de ensino superior do estado convoca excedentes de 49 cursos para se matricular amanhã e quinta-feira. Grande parte das cadeiras vazias (24) está no curso de medicina, o mais procurado da instituição e que, no último vestibular, alcançou a concorrência de 50 candidatos por vaga. Procedimento comum entre as instituições particulares, pela primeira vez, a UFMG chega à oitava chamada de aprovados no vestibular 2012 e ao recorde de 116 excedentes convocados em medicina.

A instituição, que ofereceu 6.670 vagas no processo seletivo do ano passado, atribui o quadro a um fenômeno nacional posterior à adoção do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no processo seletivo das instituições públicas de ensino superior e tem na medicina, a maior e mais disputada graduação, também seu efeito mais evidente. Com 24 vagas ainda disponíveis, a UFMG já teve este ano um total de 53 cadeiras à espera de estudantes em medicina, o correspondente a 16% das 320 vagas ofertadas. 

O histórico de excedentes convocados no curso dá um panorama da situação. Enquanto em 2010, apenas 17 alunos foram chamados para se matricular tardiamente, esse número passou para 109 no ano seguinte, quando o Enem foi substituído pela primeira etapa do vestibular da UFMG. Este ano, o número de excedentes bate novo recorde com 116 alunos já convocados até agora. Bom para a estudante Raquel Gil, de 21 anos. Classificada na 436ª posição em medicina, ela foi a 116ª candidata chamada na oitava lista de aprovados para se matricular na UFMG.

A notícia mudou os rumos da vida dela, que já estava cursando o primeiro período de medicina em Viçosa e agora, de volta a Belo Horizonte, se prepara para ingressar na federal de Minas. “Imaginei que poderia ser aprovada porque no ano passado chamaram 109 candidatos”, conta, sem conter a felicidade. A garota acredita que o grande número de excedentes convocados esteja relacionado a alunos como ela, que fez vestibular em cinco instituições e foi aprovada em todos eles. “Também tentei no Rio e em São Paulo. Com o Enem ficou mais fácil tentar vestibulares em outros lugares”, afirma.

 pró-reitora de graduação da UFMG, Antônia Vitória Aranha, confirma que o aumento do número de chamadas na UFMG está relacionado ao Enem. “Estamos vivendo uma nova realidade e alunos de todos os cantos se inscrevem nos vestibulares das federais. Isso traz uma diversidade interessante, mas também inconvenientes”, ressalta, citando o caso da federal do Acre. “O curso de medicina no Acre, embora tenha sido bem avaliado, não teve nenhum inscrito na primeira chamada. Isso porque os aprovados optam pela universidade mais cômoda para a realidade dele”, conta.

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