terça-feira, 15 de novembro de 2011

Polícia do Pará prende oito pessoas por tentativa de fraude em vestibular


Suspeitos foram flagrados na prova com documentos de outros candidatos.
Eles receberiam até R$ 15 mil se passassem no curso de medicina.

Do G1, em São Paulo


A Polícia Civil do Pará investiga uma tentativa de fraude no vestibular do Centro Universitário do Pará (Cesupa), que aplicou provas na manhã do domingo (13) para mais de 5 mil candidatos. De acordo com a polícia, oito pessoas foram presas em flagrante durante a prova, sendo três homens e cinco mulheres. Sete delas, com idades entre 18 e 23 anos, se faziam passar por candidatos durante a prova, e um homem foi apontado como o chefe do grupo.
Ainda segundo a polícia, eles serão indiciados por cinco crimes, entre eles falsidade ideológica e formação de quadrilha.
Em entrevista coletiva, o vice-reitor do Cesupa, Sérgio Mendes, afirmou nesta segunda-feira (14) que o vestibular não será anulado por causa da ocorrência, e que o resultado será divulgado até 25 de novembro, seguindo o cronograma inicial.
Segundo a assessoria de imprensa da instituição, os sete detidos são estudantes de medicina ou "pessoas com QI elevado". Caso conseguissem nota suficiente para aprovação da carreira de medicina, receberiam entre R$ 10 mil e R$ 15 mil reais cada, de acordo com depoimento dado por eles ao delegado Rogério Morais, da Dioe (Divisão de Investigações e Operações Especiais).
Os supostos mandantes, todos candidatos a uma vaga em medicina, ainda não foram encontrados, segundo o Cesupa, mas também serão indiciados no inquérito.
Neste ano, o número de inscritos no processo seletivo do centro universitário cresceu 20%. A instituição oferece 1.810 vagas em 17 cursos. O mais procurado, neste ano, é o de medicina, com 23,29 candidatos por vaga.
Denúncia anônima
A polícia civil chegou até os suspeitos depois que a reitoria do Cesupa recebeu, em 10 de novembro, um e-mail anônimo alertando para a possível fraude.
Segundo a assesoria de imprensa do órgão, os sete candidatos flagrados com identidade falsa são de fora do Pará: três moram em São Paulo e os demais em Goiás e no Tocantins. Um homem de 35 anos seria o chefe do grupo.
A polícia rastreou o grupo e seguiu os suspeitos desde o momento em que chegaram a Belém para fazer a prova. Policiais civis se passaram por fiscais do vestibular e, depois do início da prova, prenderam os estudantes em flagrante.
O grupo, que segue preso em Belém à disposição da Justiça, responderá por falsificação de documento público (por portarem uma carteira de identidade com sua foto, mas o nome de outra pessoa), uso desse documento falso, formação de quadrilha, falsa identidade (ao se passarem por outra pessoa) e falsidade ideológica (porque assinaram a folha de presença e o caderno de prova se passando pelos candidatos realmente inscritos no vestibular).

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